sexta-feira, 27 de junho de 2008

canto para a lua

em ti, vejo o reflexo do meu "eu" ainda desconhecido,
aquele com brilho latente e radiante
indo ao encontro do mundo.

em ti, percebo que a vida é cheia de mudanças
assim como, vislumbro em tuas fases.

em ti, sinto a inspiração pungente
dos poetas do amor
que te elegem como musa suprema.

em ti, me afogo em sentimentos
que levam a conhecer o meu ser,
a minha essência.

em ti, perante a ti, aprecio a voz
de sabor quente do ser amado,
a que me alimenta neste instante
e aquece a minha alma.

e somente em ti, amada,
tenho certeza da solidão solitária,
pois estou em tua sincera companhia.

domingo, 15 de junho de 2008

ao instante

sublime momento até maior que a vida.
minha mente caminha para as lembranças.
minha percepção, surpresa, se envolve com o instante que foi.

segunda-feira, 9 de junho de 2008

varal

é, hoje ela disse que o vento estava bom para enxugar roupas.
resolveu divulgar isso para todos em voz alta e bom tom.
parecia até música! e como nunca lhe foi de costume,
ficou em frente às vestes para sentir um pouco a brisa.
aquele fiasco de ar também fez bem ao seu espírito.

quarta-feira, 4 de junho de 2008

baque

Por que você sofre tanto?
Nunca ninguém vai compreender.
Por que?
Nunca consigo viver igual aos outros.
E não consigo entender?
Por que sofres tanto por algo que nem existe mais em tua vida?
O meu sofrimento não é mais porque ele não existe.
A dor que carrego no peito vem da certeza de que ele já existiu.
Mas aí, não seria dor! Seria alegria, não?
Somente se eu não tivesse perdido.

terça-feira, 3 de junho de 2008

poema glauco

lembrei de você falando ontem e chorei.
mas foi de saber que você não cabe em si.
isto te incomoda, dói.
a dor é vazia e dói mais porque se configura assim.
isto te consome, vai.
a dor tem pressa e sabe.
tem pressa e sabe que cada pedaço teu se vai a cada cílio irrompido.
pois há uma lacuna que não cessa o excesso que não cabe.

segunda-feira, 2 de junho de 2008

da morte

hoje tive a impressão de estar
como quem está fora do corpo.
e eu estava zanzando pela casa
decidindo se morria ou não.

do telefonema

Ivo:
-Ainda não te esqueci.
Ruth:
-Eu também não.
Ivo:
-Mas, não adianta (nós).
Ruth:
-Não adianta falar que não me esqueceu se não está comigo.
Sabe, aprendi que o amor de um não vale pelos dois.
Bem, eu fiz o que podia.